terça-feira, 17 de julho de 2012

PORTUGAL X ESPANHA

A Espanha volta a ganhar-nos, e não é no futebol desta vez. Mas, eu acho sinceramente que acaba por estar tudo ligado. Perdemos no futebol como perdemos na vida, sem "tusa" nenhuma. Perdemos um campeonato europeu em casa com uma equipa que supostamente nem dava para aquecer (Grécia), perdemos neste europeu com a Espanha, que é uma das melhores selecções do mundo, mas perdemos na vida real também. As medidas de austeridade em Espanha, cairam que nem uma bomba, e o povo não perdoou!! Vai de batatada, barulheira e alguma violência. os Nuestros hermanos não andam a dormir, ou pelo menos fazem de tudo para se manterem acordados. A manifestação de ontem anti-relvas teve umas centenas de pessoas, deveria ter tido milhares. Não sei se é por vivermos junto à praia, mas quando chega esta silly season (verão), o povo inverte as suas prioridades. Nas manisfestações espanholas, senti um orgulho tremendo de ver os bombeiros a manifestarem-se fardados junto à população civil por exemplo. Nós por cá continuamos a dar muita importância a coisas completamente irrelevantes, perder um campeonato ou perder 1000 campeonatos de futebol, que interessa??? a sério, por mais que se goste de desporto, como é possivel dar-se mais importância a uns jogos que à vida real??? não percebo, e sinto-me completamente desiludido com este povo, com o qual me identifico cada vez menos. Adoro o meu país, mas cada vez tenho menos paciência para os portugueses. Este povo que anda a levar nas orelhas desde o fim dos descobrimentos, que continua a não ser competitivo em porra nenhuma, nem mesmo no futebol. Um povo que é o reflexo da classe politica, pois se nada faz para a mandar abaixo, é porque na verdade é igual a ela. Eles, os que nos roubam todos os dias, até devem esfregar as mãos de felicidade!! é roubar, roubar e roubar, e ver-nos impávidos e serenos e sem força fisica nem animica para os combater. Somos uns tristes, e talvez quando o admitirmos, e nos irritarmos com nós próprios, e não com os que nos roubam, possamos dar a volta à situação, que se adivinha ainda mais negra daqui para a frente. A minha mãe no seu tempo de adolescente rvolucionária tinha uma frase escrita na porta do seu quarto, que nunca me saiu da cabeça. Frase essa que lhe repeti no seu útimo ano de vida, e que me encheu de orgulho vê-la seguir à risca... MAIS VALE MORRER DE PÉ, QUE VIVER DE JOELHOS!!! Acorda Portugal!!

11 comentários:

Anónimo disse...

E tu tens feito o quê exactamente para mudar isso ou para te diferenciares do "povo que não percebes, que te desilude e com o qual cada vez menos te identificas". Desculpa lá, mas uma breve passagem por este blog mostra bem que tu também és o reflexo deste "povo" para o qual não tens paciência. Reclamas e refilas muito mas não me parece que faças nada para inverter essa situação. Não és diferente do resto do "povo". Por isso é que apesar de estares sempre a dizer mal, continuas a marchar ao som dos tambores tugas, juntamente com o "povo" que criticas. Não gostas do "povo"? Não te identificas? E achas que não consegues fazer diferença nenhuma no estado das coisas? Então tens bom remédio. Zarpa de Portugal como eu fiz. Ou então fica, mas arregaça as mangas e faz alguma coisa organizada e coesa em vez de estares só a criticar por trás de um coomputador. Fica ou vai, mas porra, faz alguma coisa. A frase é gira, sim senhora, mas não vale nada se for só da boca para fora. Frases há muitas.

CAP CRÉUS disse...

Sabes que agora ao ler a frase acho que me lembro de facto de a ler na tua casa? :-)
Quanto ao País, não sei que dizer mais. Somos uns moles.
O Vilhena é que dizia "E não há ninguém que parta os cornos a estes gajos?"

André carvalho disse...

Anónimo (nome curioso pah), acredita que faço a minha parte!!
podia explicar-te muita coisa, mas provavelmente nem vais voltar aqui para ler.
Por isso digo-te apenas que tenho a minhA empresa há 6 anos, conseguida às custas de muito trabalho e poucas ajudas. Trabalho mais de 10 horas por dia e com um prazer enorme!! Pago os impostos a tempo e horas, contrato pessoas e ofereço um contrato de trabalho, espanta-te anónimo que até premiamos as pessoas que gostam de se empenhar. Pago aos fornecedores a menos de 30 dias, quando muitos clientes nem me pagam a 90, ou não pagam sequer. Meto em tribunal quando não pagam, e continuo a acreditar que vale a pena lutar pelos nossos direitos.
E pelos vistos quem não aguentou a pressão foste tu e zarpaste de Portugal. Eu não me identifico com o povo que se encosta e se conforma com esta situação, eu não me conformo e por isso continuo na luta todos dos dias, corra bem ou corra mal.
Já agora para a próxima arranja um nome mais jeitoso, anónimos há muitos...

Rui disse...

Anónimo porque não achei que fosse relevante quem sou ou deixo de ser. Mas não tenho nenhum problema com isso. Queres um nome? Rui. E para os amigos, Rui. Acho tudo isso digno. Mas isso são os nossos deveres. Acho bem que os cumpras. Pena é que hajam muitos que não o fazem. Mas não precisas de te justificares com o rol de deveres que cumpres como é exigido pela lei e pela boa cidadania. Mas deixa-me acrescentar que uma coisa é contribuirmos com os nossos deveres, outra coisa é intervir activamente para mudar o rumo das coisas. Mas, enfim, é a minha opinião. E como diz o Dirty Harry, opinions are like assholes, everybody has one. Relativamente ao "zarpanço" de Portugal, penso que no mínimo me conheces mal para inferir que "não aguentei a pressão". Tal como tu, não tinha de me justificar, mas de qualquer forma sinto uma espécie de obrigação de cidadania em esclarecer que saí desse país por que me surgiu uma proposta irrecusável de emprego cá fora. Emprego esse que exerce muito mais pressão, responsabilidade e consequentemente muito mais recompensador, do que qualquer trabalho que já tive por aí. Se fosse gajo de "não aguentar a pressão", tinha ficado quietinho por aí no meu cantinho, num trabalhinho tranquilo plantado à beira mar e que exigisse pouquinho. Continuava a ser encavado pelo governo e outros, refilava muito enquanto via a sic notícias, esquecia tudo quando visse o Cristiano Ronaldo marcar um golo, xixi e cama. Mas aceitei um desafio que me foi proposto e que implicou mudar radicalmente a minha vida. Dificilmente uma característica de quem "não aguenta pressão". Até porque não sou de virar a cara a um bom desafio. Mas pronto, se te tranquiliza achar que quem sai, sai porque "não aguenta a pressão", so be it. Digo-te que foi das melhores e mais difíceis decisões que tomei na vida. Volto de vez em quando para umas surfadas e por amigos e família, porque ainda há algumas coisas por aí que valem a pena. E sim, anónimos há muitos. Palhaços ainda mais. Mas aqui o circo é mais de "soleil" e menos "chen".

Rui disse...

Já agora CAP CRÉUS, é disso exactamente que estava a falar. Por que raio é que se anda sempre à espera que venha alguém "partir os cornos" a esses gajos? Refilamos muito mas esperamos que sejam outros a "dar a cara". Por andarmos todos à espera que seja outro a "ir lá" é que nada é feito e nada anda para a frente. Enquanto isso, "os gajos" vão fazendo o que querem.

André carvalho disse...

Fizeste bem Rui, mas em relação à outra questão, eu faço o que posso, não posso ir governar por eles, certo?
Se tods cumprissemos os nossos deveres, e exigissemos que os politicos os cumprissem, estavamos melhor de certeza:)
abraço e boa sorte pelo estrangeiro!

CAP CRÉUS disse...

Rui,

relativamente a actos de cidadania estou plenamente descansado e de consciência tranquila.
Reclamo, faço as coisas andarem no sitio ondo moro e nos arredores.
Apanho lixo do chão que os outros deitaram e faço outras coisas mais. Só não posso ir para o lugar deles porque não me deixam, nem posso (ou não devo) andar ai a partir os cornos aos gajos. Se fossemos todos mais interventivos, não havia tantos incendios, nem tanto lixo no chão, nem tantos cães abandonados nem tantos carros em cima dos passeios. Mas não! A malta gosta é ir para a esplanada mandar beatas para o chão e gozar com quem tenta fazer alguma coisa para isto mexer.

André carvalho disse...

se cada um fizer a sua parte... pereito!

Rui disse...

Agree. Podemos intervir de muitas maneiras, mas infelizmente a cidadania nesse país não parece resultar ou contagiar os outros. Por exemplo quando aí estava, o meu filho de 2 anos andava numa creche onde cada vez que o ia buscar tinha carros de outros pais estacionados precisamente em cima da passadeira em frente à porta da escola. Só para não arrastarem aquelas peidas uns metros. Chateei-me muitas vezes com os outros pais por essa razão. Nas reuniões de pais levantava sempre essa questão. Dizia-lhes que raio de exemplo é que estavam a dar aos seus filhos. Incrivelmente, estive sempre sozinho nessa "luta". Ainda passava por "mesquinho" e "implicante" como se eu é que estivesse mal. Tento educar o meu filho com bons actos de cidadania, até porque ele age muito por imitação nesta idade. Mas é frustrante ver os outros exemplos que o rodeiam, desde o lixo que as pessoas atiram para o chão, a bela da escarreta a voar pela janela, a atitude de merda de 80% dos surfistas na água, até às cenas tristes e falta de civismo que se vêem no trânsito. Enfim, só espero que a minha influência nele seja superior à pesada herança que esta sociedade de merda lhe está a deixar. Abraço.

André carvalho disse...

há-de ser rui... Eu também vivi rodeado de más influências, e as que ficaram foram as dos meus pais:)

CAP CRÉUS disse...

AHAH!
Muito bom essas dos carros em cima das passadeiras.
Ainda hoje vinha de bike e refilei com uma gordalhufa que tinha o carro mal estacionado. Eu é que passei por inconveniente!
Ninguém reclama. Andam na estrada por causa dos carros nos passeios e nem piam. É assim em quase tudo!
Não mata mas mói!