Sábado arranquei para Montemor-o-Novo. Depois de um dia de praia achei que a melhor maneira de fechar o dia era agarrar na mota e rumar ao interior. Tenho lá um grande amigo e grande artista, o Nuno Osório, que há imenso tempo me desafiava para ir conhecer a terra que ele adoptou, ou que o adoptou a ele. Claro que rumar ao interior, principalmente para quem só pode surfar ao fim de semana é sempre uma opção difícil, mas o factor mota e o surf já feito ajudaram na decisão. Este fim de semana coincidiu com o evento "cidade preocupada", onde no outrora convento, agora centro de artes, se realizam concertos e instalações de artistas. Admito que não estava à espera do que vi. Montemor tem uma pequena comunidade dedicada às artes e acreditem que eles não deixam os créditos por mãos alheias. Fazem com gosto, com prazer e para a comunidade. Estão-se a cagar para o protagonismo, para o ver e ser visto e para tantas outras merdas que ditam o caminho de muitos artistas, ou pseudo artistas. O ambiente ali é genuino, descontraído e percebe-se facilmente que vai evoluir mais. As ideias estão em todo o lado e toda a gente se mostra orgulhosa do que está feito. As oficinas do convento são brutais, os concertos foram muito fixes, as imperiais eram baratas e as instalações muito curtidas. Foi uma noite diferente com uma grande vibe, com pessoas que nunca tinha visto antes. O convento fica paredes meias com o cemitério, o que não deixa de ser um pouco sinistro ou sombrio, mas que também dá um significado especial a tudo. Para quem não souber o que fazer este fim de semana que vem... está aqui uma boa opção!
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